Calcinhas e Pornô para o Planeta: O Benefício Ambiental de All Things Worn.

Vendedor

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Itens Físicos

Enquanto concluía meu programa de mestrado, onde me especializei em sustentabilidade e conformidade ambiental nos negócios, escolhi a indústria da moda como o foco principal de muitos dos meus trabalhos. Analisei e critiquei dezenas de varejistas, assim como as decisões que fazemos como consumidores sobre onde comprar nossas roupas e com que frequência.

Aprendi que a indústria da moda rápida é responsável por aproximadamente 10% das emissões globais de carbono anualmente, estimadas em 5 bilhões de toneladas por ano (https://www.greenpeace.org/international/story/62308/how-fast-fashion-fuels-climate-change-plastic-pollution-and-violence/). A cada ano, mais de 90 milhões de toneladas de têxteis acabam em aterros sanitários, aproximadamente 60% dos quais são de fato plástico (https://theroundup.org/textile-waste-statistics/). Esses números são realmente assustadores, especialmente quando se considera o quão caro é comprar de marcas "éticas" de forma consistente. Essas marcas podem não ser acessíveis ao consumidor médio.

Grávida de 8 meses, enfrentando uma reformulação completa do guarda-roupa, e equipada com esse conhecimento inquietante, senti como se não tivesse escolha a não ser contribuir para essas estatísticas prejudiciais. Mesmo doar roupas na esperança de que iriam para "um novo lar amoroso" não era uma solução infalível, pois uma grande quantidade desses têxteis ainda acaba em aterros sanitários, são incinerados, ou enviados para o exterior (https://www.washingtonpost.com/climate-solutions/2023/01/04/how-to-donate-clothes-waste-environment/). E o que dizer dos itens que eu não poderia doar, como calcinhas, sutiãs e meias usadas?

Avance dois anos no tempo, após muitas viagens ao abrigo feminino da minha cidade e muitas tentativas fracassadas de usar meias ou calcinhas velhas como panos (não é prático, confie em mim), e me encontrei no All Things Worn. De repente, os itens íntimos usados que me recusei a descartar, os que estavam fazendo com que minhas gavetas ficassem completamente disfuncionais e impossíveis de fechar, eram uma riqueza de possibilidades. Inicialmente fiquei um pouco confusa: eu realmente poderia estar sendo paga para enviar calcinhas velhas diretamente para "um novo lar amoroso" onde teriam uma segunda vida inteira? Meus sutiãs poderiam realmente assumir um novo propósito, trazendo alegria para alguém especificamente porque são usados? Minhas meias cheias de buracos, destinadas ao lixo, poderiam ser realmente um tesouro para outra pessoa?

A resposta? Sim. E com cada quilograma de têxteis que eu empacoto amorosamente para um comprador entusiasmado, cerca de 25 quilogramas de emissões de carbono são evitadas (https://phys.org/news/2022-09-reusing-kg-co2.html#google_vignette).

Quer levar sua defesa ambiental pervertida um passo adiante? Vendedores: use materiais de embalagem reciclados, envie com a menor caixa/envelope possível enquanto mantém a qualidade do item e pergunte aos compradores se eles estão de acordo com opções de envio econômico quando apropriado. Compradores: solicitem as coisas mencionadas aos seus vendedores, ou pelo menos aceitem-nas. Todos: encorajem seus amigos e parentes (de maior idade) a venderem seus itens íntimos usados ao invés de jogá-los fora!

Conteúdo Digital

Eu me lembro de algumas ocasiões em que me perguntei como seriam as emissões de carbono da moda rápida em comparação com a indústria do trabalho sexual (por favor, nota que para os fins deste blog estou me referindo a atividades legais relativas à monetização de conteúdo sexual ao me referir a trabalho sexual; os impactos prejudiciais da crise climática no status socioeconômico e na escolha de carreira para mulheres é outro tópico completamente diferente). A estigmatização do trabalho sexual infelizmente me fez ficar nervosa demais para usar isso como tema de tese, mas ainda me perguntava e decidi investigar.

Acontece que a indústria do trabalho sexual, particularmente a pornografia, tem uma pegada de carbono considerável. O streaming de pornografia online gera 300 milhões de toneladas de emissões de carbono anualmente (https://theshiftproject.org/wp-content/uploads/2019/07/2019-02.pdf), aproximadamente a mesma quantidade de emissões que todo o país da Bélgica produz em um ano (https://www.independent.co.uk/news/science/porn-online-carbon-dioxide-emissions-climate-change-belgium-a9002241.html#). Isso é resultado da quantidade de energia necessária para armazenar, compartilhar e acessar o conteúdo.

Agora, eu não tenho estudos para citar neste próximo ponto, mas apostaria muito nessa ideia. É provável que indivíduos que não pagam para que seu pornô seja personalizado, ao invés de visitar sites de pornografia gratuita para rolar interminavelmente por milhões de vídeos, consistentemente requeiram mais conteúdo à sua disposição do que indivíduos que compram vídeos e fotos personalizadas. Ao criar conteúdo (vendedores) e pagar por conteúdo (compradores) com um toque individualizado, estamos rejeitando a noção de que nós, como seres humanos, precisamos de um enorme centro de conteúdo sexual constantemente à nossa disposição, gerando milhões de toneladas de emissões de carbono todos os dias, apenas para nos satisfazermos sexualmente. Estamos recusando perpetuar a noção de que pornografia não é uma arte, não é uma ciência, e não vale a pena pagar por ela. Estamos consumindo de forma ética.

Dica adicional de ambientalismo pervertido para vendedores: carregue todo o seu conteúdo em um local central e compartilhe a partir de lá para reduzir a quantidade de uploads, downloads, compartilhamentos e armazenamento necessários.

Conclusão

Da próxima vez que você embalar e enviar uma calcinha, filmar um conteúdo personalizado, ou comprar qualquer um dos itens acima, dê um tapinha nas costas. Suas calcinhas, seus fetiches, VOCÊ, estão contribuindo para a saúde planetária coletiva.

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